quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Missão da Juventude Espírita na América

Escreve: Humberto Mariotti (1905-1982)

Em: 1988

A JUVENTUDE ESPÍRITA E SUA RELAÇÃO COM

A APARIÇÃO DO ESPIRITISMO NA AMÉRICA 

A juventude espírita está indissoluvelmente ligada ao Espiritismo por causa de sua aparição na América, fato ocorrido em meados do século passado. Quer dizer que, por razões históricas e espirituais, está relacionada com a missão e o desenvolvimento do pensamento espírita no Novo Mundo. Mas este acontecimento não deve ser considerado com critério rotineiro e vulgar; ao contrário, exige uma interpretação dinâmica e vigorosa, uma vez que se quer responder com exatidão ao espírito criador da doutrina espírita. Este fato nos leva a reconhecer que os ideais espíritas ao terem sua base fenomenológica na América exigem a colaboração de homens e mulheres ativos e dinâmicos a fim de que se reconheça objetivamente o significado de sua missão espiritual e social no Novo Mundo. Pois só o fato de haver aparecido o Espiritismo na América está nos indicando o frescor idealista de seus princípios e qual deve ser o seu papel nestas terras. O haver aparecido na América significa progresso, renovação e cultura assentados sobre a base de uma vontade militante predisposta a impulsionar um novo modo de vida social e espiritual na vida de seus povos. E essa vontade militante requerida pela idéia espírita está, pois, na juventude espírita em cuja alma se acham as forças idealistas necessárias para impulsionar os ideais do Espiritismo frente às velhas concepções ideológicas.

A juventude espírita é a melhor herdeira desde o ponto de vista físico da mensagem espiritual proveniente do mundo invisível; por isso ela deverá se organizar adequadamente a fim de que o Espiritismo encontre na América os vigorosos porta-estandartes do que se organizou na Europa como a Codificação Kardequiana. A juventude espírita da América estará inspirada pela lei de progresso para estar sempre disposta a renovar as velhas concepções espirituais e fisiológicas. Poder-se-ia deixar estabelecido que a juventude espírita da América representa a face mais vibrante para que a evolução continental alcance estados superiores de consciência, que lhes permita conhecer o que é a América do ponto de vista espiritual e para onde se dirige em meio de tantas contradições sociais.

Só o fato de saber que o Espiritismo nasceu na América já é admitir que não é uma idéia estática e paralisada, uma vez que o Novo Mundo e seus fenômenos políticos e sociais não são outra coisa que vivas amostras de que representa uma nova idade para o espírito humano. Daí que a juventude encarnada em terras americanas deverá se erguer como uma legião de Espíritos renovadores a fim de responder às exigências progressistas do Novo Mundo.

O Espiritismo é uma idéia emancipadora e somente respondendo à lei de progresso é que se mostrará como uma nova força espiritual, destinada a mudar a face moral dos homens e dos povos. Para isto necessita do vigor mental e corporal dos seres que o abraçam e nada melhor que a colaboração e a ação da juventude espírita que, ao seguir o espírito filosófico da codificação kardequiana, nunca se deterá, nem permanecerá retida pela ação dos retardatários, isto é, por uma visão conservadora da vida e do conhecimento.


2 – A REENCARNAÇÃO E O SER HISTÓRICO DA AMÉRICA.


A América está enraizada por suas tradições com profundos conhecimentos espirituais que deram grande brilho a culturas como a maia, a azteca e a incaica. A idéia da evolução era conhecida por um bom setor de seus primitivos habitantes: o aborígene destas terras americanas – mas não desconhecia a lei da reencarnação nem as relações do Espírito encarnado com o mundo invisível. Vale dizer que o Novo Mundo possui uma predisposição psíquica e telúrica que o capacita para a assimilação das idéias espíritas, especialmente as relacionadas com a reencarnação. Não em vão, como vimos, o Espiritismo fez sua aparição na América do Norte, entre cujas tribos indígenas as idéias acerca de um mundo invisível regendo a vida do Ser não eram desconhecidas. Daí que a América é um continente cujo ser histórico se faz presente sobre a base da idéia das vidas sucessivas. O ser histórico da América não é um ente político e social sobre as tradições européias. Este ser histórico da América está vivo nas partes visíveis e invisíveis de suas culturas espirituais. Porque a América, com o advento em seu solo do Espiritismo, está em condições de reconhecer suas vidas anteriores, isto é, de saber que seu ser histórico constitui hoje o ser coletivo de que falou Kardec e que é o que lhe dá vigor e fisionomia às suas raças e territórios. É, pois, um excelente cenário para que as novas idéias espirituais se desenvolvam e dêem forma a um novo sistema social e religioso. Por estas razões o Espiritismo tem um grande papel a desempenhar na América, razão pela qual seus sustentadores e partidários deverão estar harmonizados com as grandes perspectivas que oferece a fim de responder às necessidades espirituais do continente americano. É aqui onde a juventude espírita da América encontrará uma notável oportunidade para semear as idéias espíritas e colocar à prova sua força moral na sustentação do Espiritismo em um mundo onde as tradições religiosas se crêem as únicas com direito a orientar homens e povos do ponto de vista espiritual e moral. As idéias da reencarnação são as mais eficazes para compreender a desigualdade política social das nações e dos Espíritos reencarnados. A juventude espírita mediante as luzes do Espiritismo deverá penetrar profundamente no ser histórico do continente. É preciso que tente a formação de um homem americano cujo moral se assente sobre o conhecimento da lei de causalidade, que deverá ser interpretada livre de superstições e fatalismos kármicos. Pois bem, é a juventude espírita da América que deverá mostrar a potência dinâmica da lei palingenésica, evidenciando com suas lógicas concepções que a reencarnação não é um instrumento reacionário para justificar a opressão de Espíritos e de povos.

Aqui, no Novo Mundo, a idéia palingenésica do homem e da vida se mostrará dinâmica e revolucionária do ponto de vista moral, demonstrando que a reencarnação é o sentido da história (como sustentamos em outras oportunidades) e que toda mudança espiritual se operará sobre as bases filosóficas de seus princípios.

A juventude espírita da América deverá encarar os velhos sistemas espirituais que pretendem ainda mover-se sobre concepções inadequadas para o progresso do homem. Deverá penetrar nos povos americanos afrontando os conseqüentes sacrifícios para lançar neles as sementes das idéias kardequianas. Pois sem sacrifícios não se conhecerá no Novo Mundo o que representa o Espiritismo para a vida moral e social. A juventude espírita é a encarregada de comunicar ao nosso continente a idéia de que o Espiritismo não é uma crença baseada em supertições e fanatismos, que há em seus princípios filosóficos a substância espiritual para fundamentar uma nova visão da vida e do universo.

O ser histórico da América está na essência mesma das manifestações mediúnicas que se produziram em Hydesville, Estados Unidos, em 1848. Disto deram provas as figuras mais representativas do Novo Mundo tais como Abrahão Lincoln, José Martí, Francisco Indalécio Madero, Bezerra de Menezes, Cosme Mariño e tantos outros mais que sentiram no fundo de suas almas a realidade espírita como uma nova expressão espiritual da verdade. A idéia dinâmica e progressista da reencarnação é a mais adequada para penetrar na essência das culturas continentais; por isso, a juventude deverá saber de agora em diante que a luta de classes passou a ser classes de luta, isto é, que as relações sociais não se moldam somente sobre bases políticas e econômicas, mas também por cima de todos os fatores filosófico-espirituais emanados dos determinismos individuais, uma vez que o ser coletivo não é a conseqüência de um processo material da história. Pois à luz da filosofia espírita, a história geral está formada pela história individual dos Espíritos reencarnados. E este tema, de fato, deverá ser meditado e estudado profundamente pela juventude espírita da América sobre as bases da codificação kardequiana e segundo o critério dos mais destacados pensadores do Espiritismo, tais como Léon Denis, Gustave Geley, Gabriel Gobrón, Manuel S. Porteiro, J. Herculano Pires, Deolindo Amorim, Santiago A. Bossero etc.

Sem a reencarnação a idéia do homem e da humanidade fica circunscrita a um breve presente físico e sem bases realmente morais. A América, como terra predisposta por suas tradições espirituais, é solo propício para arraigar e difundir seus princípios à luz da filosofia espírita. A juventude americana, com espírito idealista e visão posta no futuro, deverá trabalhar incansavelmente pela divulgação da idéia paligenésica do homem e da vida. Por isso deverá unir-se sobre as bases de sólidos princípios de confraternidade intercontinental e, conduzida pelo Espírito de Verdade, lançará a mensagem espírita na América considerando sempre que o Espiritismo é um livro imenso, aberto nas alturas, como o proclamou o grande poeta espírita espanhol Salvador Sellés.


3 – O IDEALISMO ESPIRITA E JUVENIL DE CAMILLE FLAMMARION


Camille Flammarion, o eminente astrônomo francês, chamado o Poeta dos Céus, deixou os fundamentos morais para um verdadeiro idealismo juvenil em quase toda sua produção filosófica e doutrinária. Era, pois, um espírito que abarcava uma filosofia antropológica baseada na evolução do universo. Falou até de um cidadão do universo com o qual contribuiu para a formação de uma sociologia cósmica que amplia a visão existencial do Ser. Foi um cientista idealista que acreditou nos valores morais da ciência; por isso suas atenções estiveram postas sobre a juventude, que considerou sempre renovadora e progressista. Escreveu livros que são verdadeiros testemunhos do que significa um idealismo dinâmico e juvenil, que vemos encarnados em Jorge Spero e em Iclea, e em Dargilan, o solitário, e a jovem Estela D’Ossian, ambos casais protagonistas respectivamente de suas obras intituladas, a primeira, Urânia e a segunda, Estela. Nas páginas destes livros é onde a juventude espírita deverá nutrir sua convocação militante a fim de ser fiel aos princípios de doutrina espírita. Em ambos livros, Camille Flammarion nos apresenta jovens estudiosos e idealistas que constituem verdadeiros paradigmas morais no que se refere ao caráter da juventude. Pois esta juventude sonhada pelo chamado Poeta dos Céus difere grandemente dessa outra educada sobre as bases de uma moral sensualista e agnóstica, emanada de uma sociedade cuja meta é a opulência e o materialismo. Pois bem, a visão idealista de Flammarion é a que deverá orientar a juventude espírita da América, uma vez que ela está relacionada com os grandes pensadores do Novo Mundo como Martí, José Ingenieros, Alfredo L. Palacios, José de Vasconcelos etc., todos eles mestres da juventude latino-americana.

Os princípios morais do idealismo juvenil de Flammarion estão baseados na imortalidade do Espírito e na pluralidade de mundos habitados e na pluralidade de existências de alma. É um idealismo realmente vivo e criador, que se afasta do anacrônico e conservador ao considerar que a verdadeira juventude está nas idéias renovadoras emanadas das almas que vivem a serviço da verdade. Jorge Spero e sua amiga Iclea, assim como Dargilan, o solitário, e sua companheira Estela D’Ossian são dois exemplos do que representa no meio de uma sociedade descrente e antiespiritual uma juventude mentalmente sã e com o entendimento aberto às mais belas causas da Verdade e da Beleza. Esta juventude urânica como a queria Flammarion é a que deverá se mover nos meios sociais e filosóficos da América, que estará sempre disposta a renunciar aos bens materiais e servir à causa da verdade espírita. Jorge Spero e Iclea, protagonistas do livro Urânia, têm uma correspondência espiritual com Efrain e Maria, os personagens principais da belíssima novela Maria, do grande escritor colombiano Jorge Isaacs. Estes jovens se apresentam com uma mesma aspiração moral no que se refere às vivências superiores da existência. São almas que querem deixar na terra uma marca que possa orientar, para as alturas do ideal superior, a juventude do mundo inteiro. Por isso é que o movimento juvenil da América deverá observar a essência viva e pura desses seres elevados que, ao estarem unidos pelo sublime das idéias, representam fontes de inspiração para o que chamamos a salvação espiritual da América.

As idéias de pluralidade de mundos habitados e da pluralidade de existências do Ser de Camille Flammarion são as bases mesmas da doutrina espírita e coincidem com as concepções teogônicas das antigas civilizações americanas. Além disso, estas duas pluralidades filosóficas são os dois pilares da filosofia urânica de Flammarion, baseadas na astronomia. Pode-se dizer que é a mesma cosmovisão filosófica e religiosa de Pierre Teillard de Chardin, que admite a evolução universal abraçando também essas duas pluralidades cosmofilosóficas.

A América se livrará desses sistemas anacrônicos que ainda pretendem governá-la quando a consciência de seu ser histórico seja reconhecida à luz do Espiritismo, como a de um ser coletivo pela reunião de numerosos Espíritos em virtude da lei de reencarnação. Portanto, a juventude espírita da América deverá assimilar esta cosmovisão filosófica e transmiti-la ao continente mediante sua práxis idealista, porque a verdadeira juventude do Ser é aquela que se sacrifica pelo Bem e a Verdade.


Tradução de Lygia Peres 


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Nota do site Pense 

Texto publicado no jornal “O Espírita Fluminense”, de Niterói, edição de setembro/dezembro de 1988. O jornal abriu o artigo de Mariotti com o seguinte texto: 

“Publicamos pela primeira vez em língua portuguesa o último trabalho escrito por Humberto Mariotti, reconhecido poeta, escritor e orador espírita da Argentina. Desencarnado em 17 de maio de 1982, em Buenos Aires, Mariotti é sem dúvida alguma um dos baluartes do Espiritismo internacional. Publicado pela primeira vez na Colômbia, através da União Espírita Colombiana no ano corrente, surge agora em português “A Missão da Juventude Espírita na América”.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

SOBRE O CARNAVAL

Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer apologia da loucura generalizada que adormece as consciências nas festas carnavalescas. É lamentvel que na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhes a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhes as belezas e os objetivos sgrados da vida, se verfiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com os títulos da civilização. Enquanto o trabalho e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só longos aprendizados fazem desaparecer.
Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças das trevas nos corações e ás vezes toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e esquecimento do dever.
É estranho que as administrações e elementos de governo colaborem para que se intensifique a longa série de lastimáveis desvios de espíritos fracos, cujo caráter ainda aguarda o toque miraculoso da dor para aprender as grandes verdades da vida.
Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifique o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.
Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho. Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.
É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso eloqüente atestado de miséria moral.
Emmanuel
psicografado por Chico Xavier
fonte: revista Reformador, FEB, 02/1987

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sobre Joanna de Ângelis

É importante ressaltar a evolução intelecto-moral dos espíritos que se comunicam com a Terra no contexto atual. E, indubitavelmente, Joanna de Ângelis é um dos espíritos de escol que possui elevado nível de razão, de "coração", bem como possui uma lista de serviço impecável prestada a Jesus. Viveu com o Mestre Galileu, quando então chamou-se Joana de Cusa, e foi queimada viva por seguir e divulgar a Boa Nova. No século XIII foi discípula de Francisco de Assis; no século XVII foi uma magnífica intelectual e religiosa no México, com o nome de Juana Inêz de La Cruz; e, no século XIX, viveu em Salvador Bahia, com o nome de Joana Angélica de Jesus, momento histórico em que foi Abadessa, e desencarnou assassinada por defender suas tuteladas, bem como por almejar a Independência do Brasil.No mundo espiritual, estudando e amando profundamente, adquiriu a Visão Espírita e, desse modo, quando foi criada a equipe da Codificação Espírita, ela estava lá. Joanna de Ângelis é o seu nome para a Eternidade, e contribuiu veementemente na Codificação Espírita. Há duas mensagens suas em O Evangelho Segundo o Espiritismo: cap. 9, item 7; e cap. 18, item 15. Ela assina Um Espírito Amigo.
Até o momento já escreveu 55 livros por Divaldo Franco, sendo que é a mentora espiritual do médium. Nessa imensidão de obras, reserva 12 livros que intitula de "A Série Psicológica à Luz do Espiritismo". Não é obrigatório, mas é de bom alvitre que se leia na sequência, haja vista tratar-se de uma série. Os livros, na ordem, são:
1. Jesus e Atualidade
2.O Homem Integral
3.Plenitude
4.Momentos de Saúde
5.O Ser Consciente
6. Autodescobrimento: uma busca interior
7.Desperte e Seja Feliz
8. Vida: Desafios e Soluções
9. Amor, Imbatível Amor
10. O Despertar do Espírito
11. Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda
12. Triunfo Pessoal
Posto isso, às vezes alguém nos acerca e ressalta: "mas não compreendo Joanna de Ângelis!"Impossível! Ela escreve com vocabulário escorreito sim, pois, é um espírito superior, mas totalmente compreensível. E, então, no transcorrer da conversa percebe-se que a pessoa leu apenas um livro da série, por exemplo, Triunfo Pessoal, que é o 12º livro. Se vamos assitir o filme Paz na Terra 6, e não vimos os 5 anteriores, é provável que apareça alguma personagem que surgiu antes e, como não vimos os anteriores, não vamos entender de onde ela é oriunda. Dai a importância da leitura na série, pois, paulatinamente, a benfeitora espiritual vai inserindo conceitos profundos.Agradeçamos as bençãos com que Jesus nos brinda a oportunidade reencarnatória e, assim, nos nutramos com o conhecimento e o amor de sua nobre divulgadora: Joanna de Ângelis.
O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br

A penalidade do trabalho


Confidenciou-nos certa senhora que encontrou um método ideal para convencer seu filho de 10 anos de idade a não deixar de frequentar a escola.
Afirmou-nos ela que, toda vez que ele expressa sua intenção de não ir à aula, ela o ameaça com uma tarefa, como por exemplo, arrumar a própria cama, lavar a louça, varrer a calçada.
A mãe, preocupada com a assiduidade do filho à escola, certamente resolveu um problema, mas não percebeu que repassou para o filho uma ideia atávica: a de que o trabalho é uma penalidade.
Desde os tempos bíblicos, as alegorias de Adão e Eva e o paraíso perdido afirmam que Deus concedeu ao homem o trabalho como penalidade, por sua transgressão à ordem Divina.
Têm se tornado comuns notícias de juízes determinarem que certos delitos sejam pagos pelos cidadãos com trabalho comunitário.
Ora, o que deveria ser encarado como forma de reabilitação, que é verdadeiramente o intuito dos nobres juízes, é entendido pelo infrator e por muitos outros, como castigo.
Alguns sentem prazer em assistir ao trabalho do que infringiu a lei, no desejo único de poder lhe gritar: Muito bem feito. Você merece.
E, no entanto, trabalho jamais foi, nem será castigo. O trabalho constitui uma das Leis naturais, Divinas, que tem por objetivo propiciar ao homem oportunidade de progresso.
Não fosse o trabalho e o homem permaneceria na infância da Humanidade. É o trabalho, o esforço por melhorar suas condições, que lhe permitiram avançar tecnologicamente, ensejando o crescimento do intelecto, propiciando-lhe contribuir para a melhoria do próprio mundo em que vive.
Há o trabalho pelo amor ao trabalho a que se vinculam criaturas que desejam, simplesmente, cooperar nos campos da Terra.
Há o trabalho de centenas de profissionais da medicina, da psicologia e outros tantos anônimos que servem seu semelhante, visando-lhe o bem estar e o equilíbrio. São os semeadores da esperança nos canteiros da desordem emocional e psíquica.
Há o trabalho dos que buscam asserenar as tensões que tomam de assalto os corações incautos. Trabalho que ocupa a alma por inteiro, elevando o ser à condição de auxiliar da vida, propiciando-lhe experiência venturosa.
Vale a pena ajustarmo-nos ao permanente trabalho, ofertando o que dispomos, afeiçoando-nos às tarefas a fim de que contribuamos para o crescimento dessa formidável escola planetária, onde nos encontramos em missão de progresso.
Não nos esqueçamos de que, para manter a harmonia do Universo, Deus trabalha sempre, como bem nos afirmou Jesus.
*   *   *
Há muito pranto aguardando disposição para ser detido, com o lenço da boa vontade, da fraternidade que todos podemos ofertar, num trabalho de amor.
É importante percebermos que há muitos sofrimentos a nos buscarem as possibilidades de servir.
Servindo a outrem, conseguiremos nos erguer acima da vala da reclamação, pois que teremos em mira o bem e como meta a decisão de trabalhar.
Redação do Momento Espírita, com base nos cap. 35 e 36 do
 livro Vozes do Infinito, de Espíritos diversos, 
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 05.02.2010.

A PEDAGOGIA DE JESUS

  Renovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos pedagógicos, em razão da conquista do conhecimento nas suas diferentes áreas.
  Nos últimos anos, a valiosa contribuição da psicologia infantil abriu espaços para mais profundo e claro entendimento em torno das possibilidades de aprendizagem da criança, ensejando novas técnicas para a educação. Merecem especial destaque o Relatório Jacques Delors, encomendado pela UNESCO
e, posteriormente, a proposta do eminente educador francês Edgar Morin, através dos expressivos quatro pilares de uma educação para o século XXI.
  Estruturada a sua técnica no autoconhecimento do aprendiz e nas lições que se lhe fazem ministradas, são propostos os programas em forma de pilares, a saber: Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver; Aprender a ser.
  Em uma análise cuidadosa, descobre-se que esses valores encontram-se na pedagogia de Jesus, porquanto a Sua preocupação constante era a da auto-iluminação daqueles que O buscavam.
  A Sua é uma mensagem incessantemente fundamentada no conhecimento que liberta e conduz, retirando o ser da ignorância e descortinando-lhe os horizontes infinitos do progresso espiritual que lhe está destinado.
  Jamais atendeu a quem quer que fosse, que lhe não oferecesse a diretriz para o conhecimento de si mesmo, para que depois pudesse entender o seu próximo, passando a amar a Deus.
  Por outro lado, nunca tomou o fardo das aflições dos outros, ensinando cada qual a carregar a sua cruz, conforme Ele o faria mais tarde até colocá-la no Gólgota.
  Apontava diretrizes e induzia a criatura a segui-las fazendo a sua parte, porquanto, cada qual é responsável por tudo aquilo que se lhe torna necessário.
  Estimulando ao progresso, dignificou o trabalho, informando que o Pai até hoje trabalha e que Ele mesmo também estava trabalhando.
 Os Seus eram sempre relacionamentos edificantes, nos quais o Bem mantinha predominância, impossibilitando a distensão dos prejuízos da maledicência, do ódio, dos rancores, dos ciúmes, das disputas insensatas.
  Com Ele a convivência é aprendida, mediante o resultado do exercício da tolerância que leva à fraternidade, do auxílio recíproco dignificador da espécie humana.
  Jamais abriu espaço para o ociosidade, sugerindo que o reino dos Céus fosse conquistado a esforço, iniciando-se o seu labor na busca interna, superando os impedimentos apresentados pelas paixões dissolventes.

Joanna de Ângelis